Como o controle de perdas de água contribui para empresas e sociedade?

Postado em: 16/05/2022

Por: Em: Blog


Quando a conta de água vem com um valor muito acima da média, seja na casa ou na empresa, é sinal de vazamento. Quem mora em grandes cidades observa ainda a frequência de buracos que são abertos nas ruas por causa de perdas de água.

De acordo com o Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento (SNIS), em 2020 o Brasil registrou um índice de 40% de perdas de água nos sistemas de distribuição dos municípios avaliados.

O desperdício deste recurso natural pode acontecer de forma física, econômica e ambiental. A sociedade, como um todo, se prejudica com essa dinâmica de cuidado quase que paliativo às perdas de água. Ao pagar pelo serviço para ter acesso à água, os consumidores custeiam essa parte de controle das perdas também.

Além disso, é um recurso natural, que já sabemos que é escasso, mas mesmo assim está sendo desperdiçado. Do ponto de vista econômico, as perdas de água afetam as finanças de governos e empresas.

Neste texto, você vai conferir quais as causas das perdas de água, o que pode ser feito para reduzi-las e quais os impactos disso para todos nós.

Confira!

Quais são as formas de perda de água?

A Associação Internacional de Água (Internacional Water Association – IWA) criou o Balanço Hídrico, que destaca as principais causas de perdas de água desde o seu recolhimento à distribuição de casas, prédios e empresas.

O Balanço Hídrico é uma metodologia que foi criada no ano 2000 e que foi adotada por diversos países. A proposta é de que seja possível identificar com mais clareza onde as perdas de água são maiores. 

Abaixo está o fluxograma do Balanço Hídrico, seguindo as variantes de perdas de água desde a entrada no sistema ao faturamento do consumo. Afinal, estamos falando de perda física e econômica também:

Agora, vamos detalhar os elementos contidos nele:

Volume fornecido ao sistema

Corresponde à quantidade de água que entra no sistema de abastecimento e que vai servir de base para todo o cálculo.

Consumo autorizado (faturado e não faturado)

É o volume de água que vai ser entregue aos consumidores cadastrados no sistema da empresa de saneamento e quem mais tiver autorização para uso comercial, residencial ou industrial. Neste item, as operações da própria companhia de saneamento são contabilizadas também.

O consumo autorizado faturado é o que trará de receita para a empresa. Neste caso, é a cobrança feita nos hidrômetros de prédios e residências, por exemplo, ou de locais onde não há o medidor, mas há um cálculo de consumo previsto.

Já o consumo autorizado não faturado é o que não pode ser cobrado para entrar como receita à companhia, como a água que ela destina a uso administrativo e operacional.

O consumo não faturado também é dividido entre o volume medido e não medido, mas que acaba sendo estimado. Alguns exemplos são: água para combater incêndios, lavagem de ruas, rega de espaços públicos, lavagem de redes e de reservatórios.

Água faturada

Voltando ao fluxograma, a “água faturada” corresponde, então, ao que foi autorizado para consumo e que foi medido ou estimado para ser feita a cobrança e entrar como receita para a empresa. Ou seja, ela descarta o consumo autorizado não faturado medido ou não medido.

Perdas de água (aparentes e reais)

As perdas de água correspondem ao volume de recursos que foi consumido mas que não foi contabilizado e, portanto, não retorna como receita. As perdas aparentes são as fraudes, em que a micromedição em endereços residenciais e comerciais é manipulada, fazendo com que o consumo de água seja maior do que o que foi registrado. 

Além disso, problemas no cadastro da empresa, erros de medição e ligações clandestinas representam outras perdas aparentes. 

Já as perdas reais são o desperdício de água em si, com vazamento nas redes, nos reservatórios e nas ligações até os hidrômetros.

Água não faturada

Dessa forma, a “água não faturada” no balanço hídrico corresponde a uma parcela muito maior do que se imagina. Com o detalhamento das possíveis fontes de perda, fica mais fácil definir ações no combate a ligações clandestinas, conserto e prevenção contra vazamentos.

Quais os impactos que as perdas de água causam?

Como dissemos no início deste texto, as perdas de água afetam não só as empresas de abastecimento e distribuição como a população em geral. Vamos analisar pelas principais frentes:

Contexto social

Os municípios brasileiros ainda carecem de ações nos serviços relacionados à água. Dados da Organização Mundial de Saúde (OMS) e Unicef mostram que o Brasil tem 86% da população com acesso à água potável. No entanto, menos da metade possui serviço de saneamento e de tratamento do esgoto doméstico com segurança.

Ao mesmo tempo em que a sociedade para por esses serviços, ela acaba por custear também a água que não é usada ou é roubada. Além disso, a cobrança arca com os consertos recorrentes devido a obras de má qualidade ou vazamentos por falta de controle da pressão.

Enquanto as empresas e governos precisam investir recursos nisso, parte da população continua sem ter acesso a serviços mais seguros ou mesmo aos serviços básicos.

Economia

As perdas de água representam um rombo no faturamento das empresas. Elas destinam mão de obra, recursos e uso de água para o abastecimento autorizado, mas terá um retorno financeiro muito inferior por causa das perdas.

Ou seja, os gastos com o fornecimento são elevados para não terem o retorno necessário. De acordo com o Sistema Nacional de Informações sobre Abastecimento (SNIS), as despesas com energia elétrica em 2020 das empresas de serviços de água e esgoto foram de R$ 7,4 bilhões. A energia é um dos principais custos para essas companhias. 

Isso faz com que as companhias tenham um fluxo de caixa menor, o que exige que se tenha uma boa gestão para conseguir otimizar os recursos e continuar a oferecer o serviço. 

Ao deixar de investir em melhorias para remediar os problemas gerados pelas perdas, os índices de qualidade de vida e de desenvolvimento social de uma região não avançam. Eles ainda reduzem o potencial econômico para atrair investimentos em diversos setores.

Meio Ambiente

As perdas de água reais, que ocorrem por causa de vazamentos, representam o pior impacto ao meio ambiente. Em um sistema onde já se fala sobre a importância de economizar água e até o reuso dela, o desperdício segue o sentido oposto de todos os esforços.

A credibilidade de empresas, cidades e governos também é colocada em risco quando o combate às perdas de água não existe entre políticas públicas e privadas. 

Índice de perdas

Para que você tenha ideia do volume de perdas de água na distribuição, listamos abaixo a quantidade por região:

De acordo com o SNIS, o estado com o maior índice de perdas no ano de referência de 2020 foi o Amapá, com 74,6%, enquanto o menor foi Goiás, com 27,7%.

Em um outro levantamento, feito pela TrattaBrasil com os dados do SNIS de 2019, os Índices de Perda de Faturamento e de Distribuição aumentaram em 2,5% entre 2015 e 2019. O estudo foi feito pela Trata Brasil em parceria com a Associação Brasileira de Materiais para Saneamento (Asfamas) e a Go Associados.

Como ter melhor controle sobre as perdas de água?

Entre as principais ações para reduzir as perdas de água está o controle mais apurado. Algumas formas de mudar este cenário estão:

  • Reduzir a pressão de água, evitando o desperdício quando já existe vazamento e prevenindo que hajam novos;
  • Renovação da estrutura antiga e desgastada;
  • Pesquisas e reparos de vazamentos visíveis e não visíveis;
  • Diminuir o tempo de reparo, evitando novos vazamentos;
  • Controle sobre fraudes, desde ligações clandestinas à alteração de ramal, que modifica a micromedição;
  • Substituir hidrômetros para ter uma medição mais precisa;
  • Revisar as previsões de consumo como forma de garantir que a cobrança seja mais próxima do real;
  • Melhora na gestão da empresa, incluindo a revisão de prioridades dos investimentos para destinar uma parte maior à solução e prevenção das perdas de água. Para avaliar o desempenho dos serviços sobre as perdas, é possível utilizar indicadores como o Índice de Perdas na Distribuição (IPD) e Índice de Perdas de Faturamento (IPF).

Uma gestão eficiente nunca foi tão visada como agora, seja para reduzir desperdício de materiais, de recursos naturais ou de dinheiro. Para empresas de água e esgoto, que lidam com grandes volumes, todo tipo de perda é significativa para manter as atividades.

É por isso que a BAUMINAS se preocupa em oferecer soluções que garantam uma gestão eficiente e moderna a essas empresas. Conheça aqui como podemos somar!


Gostou desse post? Compartilhe:

    Quer falar com a gente?
    Deixe sua mensagem abaixo: