Como o tratamento de água deve ser feito nas indústrias de papel e celulose?

A indústria de papel e celulose reduziu em 75% o uso de água em sua produção desde a década de 1980, de acordo com o Instituto Brasileiro de Árvores (Ibá). Essa mudança vem acontecendo por conta de demandas na nossa legislação, de compradores internacionais do material e do avanço da tecnologia.

O uso eficiente da água nessa indústria vem sendo priorizado em todas as etapas, da captação ao descarte de efluentes. O tratamento adequado, junto com o uso de produtos específicos que ajudam a separar a água de outros componentes, podem contribuir para fechar o circuito hídrico em uma fábrica. 

Confira a seguir de que forma o tratamento de água é feito, quais são os avanços do setor nessa área e como tornar a produção mais sustentável. 

Por que é importante tratar a água e os resíduos gerados na produção?

No relatório de 2022 do Ibá, que é uma associação que representa a cadeia produtiva do setor, 82% da água captada pela indústria de celulose e papel retorna para os cursos de água. Algumas ações práticas que levaram as fábricas a utilizar o recurso com mais eficiência são:

Segundo a Associação Brasileira Técnica de Celulose e Papel (ABTCP), no ano 2000, o setor captava entre 25 e 50 metros cúbicos de água por tonelada (m³/t) de celulose. Em 2015, esse número diminui: entre 22 e 40 m³/t.

Caminho da água

A água que a empresa capta da natureza vai para um reservatório e então é utilizada na linha de produção. O Instituto Brasileiro de Árvores e a empresa de consultoria Pöyry divulgaram em 2015 o volume médio de uso da água nas fábricas:

Os números acima podem ser diferentes conforme o tamanho das instalações. No entanto, ela destaca a proporção da quantidade de água captada e que retorna ao meio ambiente.

Dentro da fábrica propriamente, a água tem diversas atribuições, como na geração de vapor para a caldeira de biomassa, na lavagem das toras e para separar a celulose do licor negro.

Impacto ambiental no uso da água

Como dissemos antes, cada empresa tem um padrão de volume de água usado, conforme a estrutura dos equipamentos e processos. Quanto mais água se usa, mais energia vai ser necessária na produção e maior será o impacto ambiental. 

Alguns componentes usados na produção podem ter uma quantidade maior do que o permitido. Se o efluente bruto não receber o tratamento adequado, pode gerar graves consequências quando devolvido ao curso natural. 

O Guia Técnico Ambiental da Indústria de Papel e Celulose, publicado em 2008 pelo Governo do Estado de São Paulo com a colaboração de entidades do setor, lista os principais componentes que afetam a qualidade da água e até a sobrevivência de peixes e demais espécies:

• tensoativos;
• resíduos de cloro;
• soda cáustica;
• metais pesados.

O impacto ambiental que essa atividade gera diminuiu muito ao longo dos anos, mas sempre há espaço para melhorias. Tanto a legislação brasileira quanto a exigência de compradores internacionais fazem com que a produção de papel e celulose seja cada vez mais sustentável. 

Qual é o tratamento ideal dessas águas na fabricação de papel e celulose?

Ter uma fábrica com circuito fechado é a representação do uso eficiente da água. Algumas ações conscientes no consumo da água e na geração de efluentes são:

Uso eficiente

Otimizar o uso da água em cada etapa de produção, inclusive aumentando a quantidade para reuso e, com isso, minimizar a quantidade de recurso captado.

Evitar contaminações

Gerir os efluentes durante a manutenção da estação de tratamento ou em períodos de maior produção. O controle das contaminações faz com que o uso e reuso de água sejam mais eficazes.

Instalações

Substituir maquinário e processos por instalações que exijam um volume menor de água.

Controle sobre acidentes

É importante controlar e evitar derramamentos e vazamentos, como as bacias de contenção e o sistema de recuperação e reuso da água do resfriamento. 

É possível destinar o material para diferentes circuitos, como o de recuperação e o de águas residuais. Ambos devem funcionar separadamente do sistema de águas limpas.

Tratamento

Separar as águas dos processos, como as etapas de licor branco e licor negro para receberem tratamento adequado.

Além disso, é possível destilar e reutilizar os condensados depois da evaporação. A fábrica também pode ter os tratamentos primário, secundário e terciário para que o efluente gere o mínimo impacto possível na natureza.

Uso de coagulantes

rodutos com a função de coagular e flocular algumas substâncias presentes na água aceleram o tratamento e aumentam o nível da qualidade para ela ser descartada ou reaproveitada. 

Existem coagulantes específicos que agem na presença de diferentes componentes para:

Cada fábrica vai precisar de um conjunto de coagulantes diferentes, a depender das condições da água na região e para as etapas de produção. 

Melhorias constantes

De acordo com o relatório do Ibá de 2022, 72% das empresas possuem parcerias voltadas à pesquisa, ensino e extensão. O trabalho conjunto com institutos de pesquisa, governos e agentes de mudança podem trazer resultados ainda melhores.

A BAUMINAS Águas é referência nacional em coagulantes para o tratamento de águas e efluentes. Os produtos podem ser usados para a coagulação e floculação de materiais específicos.

A empresa também investe em pesquisa e desenvolvimento com o objetivo de inovar e aperfeiçoar o que há de melhor no mercado. 

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