Postado em: 06/10/2022
Por: Gestão Técnica Em: Tratamento de água
A água bruta é a água que está presente na natureza, antes de receber qualquer tipo de tratamento químico ou interferência humana. Os contaminantes na água bruta podem levar a doenças e afetar o manuseio deste recurso natural.
Neste artigo, você vai conferir quais são os principais contaminantes presentes na água bruta e os impactos que eles causam. Você também vai ver o que pode ser feito para minimizar os danos ao meio ambiente e à saúde pública.
Quais são os contaminantes na água bruta?
Embora a água bruta seja a água presente na natureza, como lagos, rios, aquíferos e oceanos, isso não quer dizer que seja 100% limpa e potável. Se retirarmos uma amostra dessa água em diferentes regiões do país e do mundo, o resultado poderá apresentar substâncias nocivas aos animais e ao ser humano.
Isso acontece porque, mesmo antes de ser extraída para uso por partes de governos e empresas e até distribuída para consumo humano, essa água pode sofrer contaminação. São algumas substâncias contaminantes que podem prejudicar a qualidade da água.
A Organização Mundial de Saúde (OMS) definiu as chamadas Diretrizes de Qualidade da Água Potável, em que classifica os contaminantes presentes nela. Confira a seguir os principais contaminantes na água bruta e qual o impacto deles.
Contaminantes orgânicos
Um corpo d’água que recebe excesso de matéria orgânica gera a chamada eutrofização. É um processo em que a água tem uma quantidade bem maior de nutrientes e minerais, o que provoca o crescimento acelerado de algas e plantas aquáticas.
Como consequência, elas consomem uma quantidade maior de oxigênio diluído na água. Esse movimento gera desequilíbrio, pois falta oxigênio para os peixes e outras espécies de animais e vegetais. A água fica turva e o nível de oxigenação da água é reduzido.
Os pesticidas e fertilizantes utilizados na agricultura podem contaminar corpos d’água, assim como o despejo de esgoto não tratado ou tratado de maneira inadequada.
Contaminantes inorgânicos
Inclui substâncias químicas de nitrogênio e oxigênio, além de metais pesados e metalóides. Contaminantes como nitrito, nitrato, mercúrio, chumbo e arsênico são perigosos para o ser humano, podendo causar danos para a pele e aumentar o risco de câncer.
A água é contaminada por estes elementos através da erosão em áreas próximas da fabricação de vidros e materiais eletrônicos, assim como o escoamento de fertilizantes e resíduos de humanos e animais.
Contaminantes microbiológicos
É a presença de micro-organismos, como bactérias e vírus que contaminam a água por meio do escoamento da pecuária e do despejo de esgoto não tratado ou feito de forma inadequada. O consumo dessa água pode causar diarreia, cólera e febre tifóide.
Algumas dessas bactérias podem ser perigosas para quem tem está com o sistema imunológico enfraquecido. É o que acontece com pessoas idosas, que fizeram transplante ou quimioterapia.
Por que a contaminação da água bruta acontece?
Por que nem sempre a captação da água recebe o tratamento adequado antes de ser utilizada. Em algumas ocasiões, ela nem passa por tratamento e é consumida diretamente, como acontece com os poços artesianos.
Os poços captam a água presente no subsolo de uma área. Por mais que o líquido pareça estar limpo, isso não quer dizer que seja apropriado para o consumo.
Outro agravante é a quantidade de pessoas no país sem acesso à água potável e ao tratamento de esgoto, o que contribui para a continuidade do ciclo de água contaminada. De acordo com o banco de dados da ONU-Water, da Organização das Nações Unidas (ONU), e dados da Unicef:
Isso gera um ciclo recorrente de exposição ao risco de ter doenças e infecções, já que a água não é tratada corretamente no momento em que é captada, nem nos processos quando é despejada novamente nos cursos d’água.
Impacto na indústria
Já no uso industrial, algumas empresas recebem autorização de órgãos públicos para elas mesmas captarem água e utilizá-la em suas instalações. Seja para consumo interno dos trabalhadores ou para o processo de fabricação, ela também precisa ser tratada.
No entanto, se esse procedimento não for adequado, a empresa pode expor os funcionários ao risco, além de utilizar o recurso com substâncias que podem afetar o maquinário e influenciar a composição química dos itens fabricados ou manipulados.
Um exemplo que deixa mais clara as consequências de usar água contaminada é a indústria alimentícia. A água é usada em diversos processos, como:
- Componente para usar ingredientes na fórmula de um alimento;
- Para resfriar ou aquecer alimentos;
- Limpeza e sanitização de maquinário e de embalagens.
A falta de tratamento da água bruta e de higiene na fabricação, a presença de bactérias, parasitas e substâncias tóxicas podem gerar consequências como:
- perda de valor nutricional do alimento;
- redução do prazo de validade dos produtos;
- acúmulo de sujeira e incrustação de equipamentos e utensílios, uma vez que o processo de limpeza não consegue eliminar todos os resíduos por causa das substâncias presentes na água;
- aumento do custo de produção por conta da redução da validade e necessidade de modificar o processo de limpeza do maquinário;
- intoxicação e infecções alimentares.
Em 2019, o estudo Por Trás do Alimento, feito pela Agência Pública e Repórter Brasil mostraram que, entre 2014 e 2017, mais de 1.300 municípios tinham 27 agrotóxicos presentes na água. Os dados foram extraídos do Controle do Sistema de Informação de Vigilância da Qualidade da Água para Consumo Humano (Sisagua) do Ministério da Saúde, com informações enviadas pelas autarquias e empresas de abastecimento sobre os resultados de testes feitos sobre a qualidade da água.
A agência Repórter Brasil também levantou que, entre 2018 e 2020, 763 cidades tinham substâncias químicas e radioativas na água. O estudo Mapa da Água revela o baixo número de municípios que fazem testes mais aprofundados para fazer o tratamento adequado.
Como evitar a presença de contaminantes na água bruta?
Para evitar os riscos de se utilizar e consumir água contaminada, é preciso revisar o tratamento deste recurso, assim como fazer a análise de qualidade regularmente.
A análise indica a necessidade de ajustar o tratamento, seja na captação da água bruta ou depois de utilizá-la. O Índice de Qualidade da Água (IQA) foi criado em 1970 pela National Sanitation Foundation, nos Estados Unidos, que define alguns parâmetros físicos, químicos, orgânicos e inorgânicos para analisar a água. Alguns deles são:
De modo geral, estes parâmetros indicam qual seria a quantidade ideal de cada substância ou condição da água para indicar o nível de qualidade. Quando os dados destoam do que seria o ideal, é porque há presença de efluentes industriais, esgoto sanitário, pesticidas, metais e minerais tóxicos.
Tratamento com coagulantes
Existem produtos que facilitam o tratamento da água captada, garantindo que bactérias, parasitas e substâncias químicas e tóxicas sejam removidas antes do recurso ser propriamente utilizado.
O mesmo acontece para o tratamento de resíduos e de esgoto. Nele, agentes fazem a coagulação de substâncias nocivas ao meio ambiente e ao consumo humano para que sejam removidas da água antes dela ser despejada nos cursos d’água.
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