Como a chuva impacta no tratamento e qualidade da água?

A cada ano, diferentes regiões pelo mundo sofrem o impacto do clima mais extremo, seja o frio ou calor intenso, as fortes precipitações ou a estiagem. As chuvas impactam a composição de rios, riachos e lagos e influenciam na qualidade da água.

Em períodos de muita chuva, é preciso adaptar as etapas do tratamento para garantir que a água esteja dentro dos padrões para ser consumida.  

Veja neste texto quais são os impactos que as chuvas podem causar na água, na estrutura dos reservatórios e nas etapas do tratamento. Confira!

Qual é o impacto da chuva na qualidade da água?

A chuva intensa pode reduzir a qualidade da água se ela não for tratada adequadamente. Isso acontece porque o acúmulo de materiais e o volume de água, entre outros fatores, alteram a composição deste recurso natural.

Essa alteração é mais visível na captação superficial, de rios, riachos e lagos, por exemplo. É possível ver folhas, galhos e terra que, juntos, aumentam o volume do curso. 

O impacto das chuvas também chega às águas subterrâneas, de onde é feita a captação através dos poços tubulares. 

Agora, vamos detalhar quais são os impactos da chuva neste recurso natural:

Maior volume de água

Conforme a intensidade da chuva, o volume de água vai se acumulando, o que aumenta a força do curso de rios e riachos. 

A exemplo de um rio, ele pode levar resíduos da natureza, como folhas e galhos, e itens jogados à margem, como lixo e móveis. Esse volume de água pode transbordar e provocar enxurradas e enchentes.

Cor e turbidez

Com as chuvas, os sedimentos que estavam no fundo do leito se movem, alterando a cor e a turbidez da água. O fluxo intenso ainda pode provocar o deslizamento das encostas e das margens, elevando a quantidade de resíduos e de terra na água.

A coloração fica mais barrenta e o nível de turbidez se eleva. Quando a água está nesta condição, geralmente a captação de água é suspensa, já que o tratamento talvez não garanta que ela esteja na qualidade ideal para consumo.

Composição

O excesso ou falta de alguns elementos na composição da água pode dificultar a reprodução das algas e impactar a sobrevivência de animais e plantas. Alguns exemplos são:

Eutrofização: O excesso de nitrogênio e fósforo gera o crescimento acelerado de plantas aquáticas que podem produzir substâncias que prejudicam a saúde de animais e seres humanos. 

O aumento destes elementos pode acontecer por causa do acúmulo de esgoto doméstico, resíduo industrial e adubo orgânico.

Acidificação: A chuva ácida provoca a alteração do nível de pH da água, o que pode afetar a diversidade de espécies aquáticas e comprometer o uso dela. 

Risco à saúde

Uma região que não tem saneamento básico pode sofrer um impacto ainda maior com as chuvas intensas. As enchentes, por si só, já aumentam a exposição à água contaminada e causam problemas de saúde, como a diarreia.

Em locais sem coleta de esgoto, os dejetos humanos são jogados no leito de rios ou em fossas que escoam pela terra. Com a precipitação, os dejetos se misturam à terra e atingem as camadas mais profundas do solo.

Se a região também não tem abastecimento de água, a população pode escavar poços de maneira irregular. A captação da água é para manuseio e consumo direto, sem passar por tratamento. Novamente, as pessoas estão mais expostas ao risco de desenvolver doenças.

Como deve ser o tratamento da água em períodos de fortes chuvas?

A maior preocupação com a chuva intensa costuma ser o impacto imediato que ela causa, como enchentes, queda de árvores e desmoronamentos. Outra consequência, porém de impacto mais lento, é a influência na qualidade da água depois de uma forte precipitação. 

Se o tratamento de água for sempre o mesmo, independente de ser um período de seca ou de muita chuva, existe o risco de ela não estar adequada para o consumo.

Um tratamento inadequado pode ser identificado em uma fiscalização, além de gerar danos no maquinário ou, em piores casos, provocar danos à saúde dos colaboradores e consumidores finais.

Abaixo, preparamos quais são os principais cuidados que empresas públicas e privadas devem ter para dar o tratamento apropriado para este recurso:

Análise mais rigorosa da água

As análises e as coletas de amostras da água vão garantir que ela esteja dentro dos padrões exigidos, especialmente o de potabilidade. 

Isso é necessário porque a água pode apresentar uma quantidade maior de elementos que podem ser nocivos à saúde, como a contaminação por ferro e manganês.

A análise da água precisa ser mais frequente e criteriosa durante os períodos de cheias. Esse cuidado ainda deve continuar até que a água volte ao nível padronizado de antes das chuvas.

A partir dos resultados, é possível saber melhor quais produtos devem ser usados em diferentes etapas do tratamento, como ajustar o pH da água, por exemplo. 

Estrutura dos reservatórios

Com o aumento das partículas sólidas que as chuvas trazem, fica mais difícil captar a água por conta da quantidade de resíduos e sedimentos nela. 

A operação pode ser suspensa até que o nível de turbidez diminua. Isso pode demorar, a depender do tempo que leva para as chuvas intensas reduzirem. 

Além disso, os reservatórios com mais espaço de armazenamento sofrem menos com os efeitos das chuvas. Se houver a necessidade de interromper temporariamente a captação, por exemplo, o abastecimento de água não será comprometido. 

Diante do período de chuvas intensas, é preciso revisar e aumentar o volume de espera, se houver necessidade. O volume de espera é a área vazia que recebe o excesso de água para controlar as cheias. 

Mais saneamento básico

É preciso dar continuidade ao número de municípios atendidos pelo abastecimento, tratamento e coleta de água e esgoto. Sem cuidar do ciclo completo, do uso ao descarte da água, os riscos à saúde e ao meio ambiente vão continuar.

Regiões sem serviço de abastecimento de água optam por escavar poços de forma ilegal, sem haver nenhum controle de qualidade. O impacto disso são as despesas da saúde pública como consequência do consumo de água imprópria.

Produtos para o tratamento

É possível melhorar a produtividade e a qualidade das águas em diferentes etapas de tratamento através de uma gestão eficiente e utilizando produtos adequados. 

Conforme a época do ano e as condições climáticas, é possível usar produtos específicos, como acelerar a decantação dos resíduos usando partículas aglutinadoras. 

Cuidado contínuo

O cuidado em todas as etapas no tratamento de água deve ser contínuo. Esse é o único caminho para garantir a qualidade do que é oferecido sem oferecer riscos à população. 

Compreender como deve ser feita a gestão em período de cheias ajudam a otimizar os custos e melhorar a qualidade de cada etapa do tratamento.

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