Qual a importância do monitoramento da qualidade da água em tempos de crise hídrica?

Postado em: 08/08/2022

Por: Em: Tratamento de água


A falta de chuva em algumas regiões do país, a elevação das temperaturas e a redução de fontes naturais acendem o alerta sobre a escassez hídrica. Estudos apontam que esse fenômeno pode ser mais frequente e mais intenso nos próximos anos. O monitoramento da qualidade da água é uma das medidas que empresas e governos podem tomar para fazer melhor uso deste recurso.

Diversos setores da nossa economia utilizam a água para suas atividades, como as companhias de energia com suas hidrelétricas, e as empresas de saneamento fazem o tratamento e fornecem água à população. O que cada um desses componentes têm em comum é a capacidade de aproveitar melhor cada milímetro cúbico de água e evitar desperdício.

Você vai conferir neste texto a importância do monitoramento da qualidade da água nas mais diversas etapas e como isso pode contribuir para o uso consciente deste recurso natural.

Porque a gestão das águas é importante?

Através do monitoramento da qualidade da água é possível identificar as condições de um corpo hídrico e definir o tipo de tratamento a ser dado a ele. Dessa forma, a água pode ser utilizada seguindo as leis para que seu uso, da captação ao despejo, não afete o meio ambiente nem a saúde das pessoas. 

Os principais pontos que fazem com que a gestão das águas seja de extrema relevância são:

Escassez hídrica

Em um artigo publicado na revista Nature, em 2021, três pesquisadores brasileiros abordaram a crise hídrica e a necessidade de um plano de gestão e monitoramento da água no país. O artigo mostra que entre março e maio de 2021, a região centro-sul que é a mais populosa, registrou uma redução de 267 km³ no volume de água em rios, lagos, solo e aquíferos nos últimos 20 anos.

A falta do recurso natural desencadeia um ciclo de perdas. A escassez de chuva diminui o reservatório das usinas e das cidades, fazendo com que a geração de energia se torne mais cara. Da mesma forma, pode levar ao racionamento tanto de energia elétrica quanto de água.

No campo, se há menos água, o pasto dos animais para a pecuária tem menos proteína, elevando o custo de produção de carne.

Acesso à água potável 

De acordo com o Manual de Usos Consuntivos da Água, o consumo de água no país poderá ultrapassar 2,5 milhões de litros por segundo até 2030. Segundo o Instituto Trata Brasil, há 35 milhões de brasileiros sem acesso à água potável. 

A falta de água potável aumenta o risco da população de contrair doenças em decorrência do consumo de água imprópria. Isso gera complicações como o aumento de custos com a saúde pública e o impacto na população economicamente ativa. Por consequência, afeta a sobrevivência de milhares de famílias.

Vazamento e desperdício

De acordo com o Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento (SNIS), em 2020 o Brasil registrou um índice de 40% de perda de água nos sistemas de distribuição dos municípios consultados. Essas perdas de água acontecem de diferentes formas, como ligações nos hidrômetros e vazamentos nas redes e nos reservatórios. 

Segundo a Organização das Nações Unidas para a Agricultura e Alimentação (FAO), a agropecuária e a indústria são os setores que consomem o maior volume de água usada no mundo. Isso inclui a irrigação de áreas, produção de alimentos e a pecuária, assim como em diferentes etapas na indústria, como o processamento e a fabricação. Os setores de mineração, energia hidrelétrica e produção de papel também consomem um volume significativo de água.

Descarte de resíduos sólidos

O lixo descartado incorretamente pode ser fonte de doenças para quem vive próximo a ele, além de comprometer cursos de água no entorno, quando os resíduos se acumulam no leito ou quando o chorume se infiltra pelo solo.

Neste caso, o monitoramento das águas intensifica a fiscalização destes pontos e acende o alerta sobre os cuidados com o recurso natural da região.

Tratamento de efluentes

O tratamento adequado de efluentes de empresas e cidades pode garantir o reaproveitamento da água, como irrigação de plantas e limpeza, por exemplo. Isso contribui para a redução do consumo e, por consequência, uma menor captação de água dos mananciais. Além disso, o tratamento adequado evita novas fontes de contaminação e a preservação dos cursos de água.

Como é feito o monitoramento da qualidade da água?

Para empresas, públicas e privadas, que lidam com a água em diferentes estágios, o monitoramento da qualidade ajuda em diversos aspectos como:

  • Identificar se há algum tipo de contaminação da água em um estágio, impossibilitando que ela seja consumida ou utilizada em uma determinada atividade;
  • Definir quais as condições e padrões de uso da água de acordo com o enquadramento de determinado recurso hídrico na lei;
  • Ter informações de nível de água, pressão, volume, vazão, PH, temperatura, etc.; 
  • Se há qualquer tipo de vazamento ou uso de água acima do necessário;
  • Controlar o uso de poço artesiano;
  • Como a água que foi usada será descartada e em que local;
  • Qual o tratamento adequado para que o recurso, depois de usado, não contamine pessoas e outras fontes de água na natureza.

O monitoramento da qualidade da água pode ser feito de diferentes formas. Uma delas é no próprio local, por meio de sondas e medidores. Outra forma é por coleta de amostras superficiais ou em profundidade analisadas em laboratório.

Quais ações eficientes podem ajudar a reduzir o impacto da crise hídrica?

Para que isso aconteça, estados e municípios estão trabalhando em grupos para que regiões com mais capacidade financeira ajude a levar os serviços de abastecimento e tratamento a áreas com menores condições.

Do ponto de vista das empresas públicas e privadas que trabalham neste setor, a expectativa é que os serviços que já existem sejam otimizados. Da mesma forma, os novos contratos devem contemplar que a captação, distribuição, coleta, tratamento e despejo dos recursos sejam conscientes. Além disso, é preciso acelerar a manutenção das redes de distribuição para evitar vazamentos.

Outros setores, como indústria e agropecuária, devem buscar soluções para diminuir o uso de água em suas atividades, eliminar o desperdício e dar o tratamento para garantir o reuso e fazer o despejo adequado. Existem soluções que a BAUMINAS oferece que ajudam a manter a qualidade da água, além de agilizar estes processos.

Ainda de acordo com o artigo dos pesquisadores brasileiros sobre crise hídrica, outros pontos são importantes para minimizar o impacto da crise hídrica. Alguns deles são:

  • Aperfeiçoar o monitoramento de dados climáticos, uso do solo, desmatamento e queimadas;
  • Ações nas áreas de saúde pública, economia e meio ambiente que reduzam o impacto da população em períodos de ondas de calor e seca;
  • Ter uma rede nacional de monitoramento de umidade do solo como forma de acompanhar o uso de águas subterrâneas;
  • Diversificar a matriz energética;
  • Investir em pesquisa de impacto populacional e migratório devido às mudanças climáticas como forma de identificar soluções e definir políticas públicas.

O uso consciente da água contribui para a redução nos custos de atividade, na quantidade de captação de água dos mananciais e no despejo de efluentes. Por consequência, garante o acesso à água por mais tempo, além de fazer com que, no longo prazo, a situação hídrica seja menos impactante para a população.

Agora que você entende qual é a importância do monitoramento da qualidade da água, confira de que forma a BAUMINAS traz soluções para diversas etapas no uso dela!


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